segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Carta de uma suicida.



 ‘‘Eu tentei, eu juro que tentei… Mas eu não fui forte o bastante pra continuar com essa carga tão forte sobre mim. Está doendo, está me corroendo. Sinto como se tivesse algo apertando o meu coração, ô esmagando de uma forma. Já não tenho mais vontade de levantar da minha cama todas as manhãs. Por mim, eu continuaria lá, adormecendo até ficar a noite, e depois até ficar dia, e assim vai. Eu ficaria sobre a minha cama longos e longos anos, sem nenhuma vontade de levantar, iria ficar, os meus sonhos são a minha saída, o meu refúgio para tudo o que me vêem acontecendo. Me desculpa, eu não sou o suficiente, nunca fui, não é mesmo? Não consegui ser o suficiente na vida de ninguém, eu até tentei, mas não adiantou. Eu fiz tudo errado. Eu fui a errada. E sabe o que mais me machuca? É saber que ninguém se importa com os meus sentimentos. E isso dói, machuca, me destrói por dentro. Posso estar sorrindo, mas tenha a certeza, eu estou gritando por ajuda. O meu olhar pede socorro, mas ninguém conseguiu enxergar. Quando eu era criança eu achava que tudo era fácil. Eu não tinha preocupações, não tinha alguém atormentando os meus pensamentos durante a noite, o meu coração era inteiro, não destruído. Mas daí, foi só eu crescer, e tudo mudou. Eu me lembro de quando a minha única preocupação era a cor que eu iria pintar os meus desenhos, a minha dor era nos meus joelhos ralados, as minhas dúvidas era em qual sabor de sorvete eu iria querer. Assim era a minha vida, totalmente feliz, o meu sorriso não era tão teatral, não era de me machucar com tais palavras. Tudo mudou. A minha vida começou a se tornar confusa, mais bagunçada do que o meu quarto, e começou a surgir tantos problemas pra mim, e pra alguns, podem ser ‘‘probleminhas’’ que pode ser resolvido com uma boa dose de álcool, ou com músicas agitadas. Talvez isso pode até ajudar, mas e no dia seguinte? O que eu irei fazer? Cada dia que passa eu me afundo mais, me afundo nas minhas próprias lágrimas. Tá sendo difícil pegar no sono, com tantas coisas conturbando a minha mente. Eu estou vendo todo mundo se afastando de mim, ou é eu que estou me afastando de todo mundo? Que seja. Eu só sei que estou sentindo uma sensação estranha. Deito na minha cama, olho para o teto, e fico me perguntando: O que eu fiz pra merecer isso? Será que eu machuquei alguém? Eu realmente não consigo entender, não entendo o porque de acontecer tantas coisas ruins na minha vida. Mas eu também não posso reclamar tanto assim, de vez em quando, aparece alguém para me fazer sorrir. E mesmo assim, essa dor não vai embora. Parece que nada adianta, nada muda, nada sai do lugar.
Eu juro, eu tentei ser forte o bastante pra conseguir superar tudo isso, talvez eu tenha sido, mas hoje eu não consegui.’’ 

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