domingo, 28 de agosto de 2016

eu te vi meu fim, m. eu sangrei e me vi querendo te mostrar todas as contusões. te contar desses meus dias bostas que eu mal consigo levantar inteira da cama. que de manhã o frio não me chama pra dançar. e as cobertas cobrem ilusoriamente minhas hemorragias. mesmo sabendo que nada vai me livrar dos monstros. e que na verdade, eles me comem de dentro pra fora. eu vi meu fim. te vi. de novo de novo e de novo, quando você tentava me puxar pra perto feito uma concha e eu me encolhia não querendo ser uma mocinha indefesa que precisa de cuidados. porque eu não precisava. eu não precisava de alguém tentando me salvar da minha própria carnificina quando nem mesmo eu fazia isso. mas eu te quis ali. me vendo sem disfarces. sem humor ácido barato estúpido ou risadas não tão transparentes.

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