quinta-feira, 22 de março de 2012

KAMIKAZE DO AMOR (…)


KAMIKAZE DO AMOR (…)

Qualquer piloto tem seu avião sobre controle. Qualquer piloto que sabe pilotar bem, consegue manter seu avião onde quiser.
Comigo já não tem sido assim, a um bom tempo eu não consigo mais guardar meu avião ou deixá-lo planar sem medo de que ele caia.
Avião do amor, e eu não consigo mais dominar, não mais.
Eu fui um piloto muito bom, sempre soube desviar dos obstáculos com meu avião, sempre soube usá-lo da melhor maneira. Voar me deixava feliz, até porque eu sabia pilotar bem.
Recentemente, eu não sei mais planar, não sei levantar voo, não sei desviar das montanhas… Frequentemente estou tropeçando nos sentimentos, e capotando em tristezas. A felicidade chega acompanhada. Acompanhada da minha visita constante, a tristeza. São como irmãs, por mais que sejam diferentes e se odeiem. Me trazem coisas tão estranhas. Fico pensando se ainda vou conseguir ser um piloto bom, ou se vou continuar sendo esse kamikaze, esse que sabe que voa para o suicídio, esse que sabe que não existe mais chão, se colocar o avião no céu, esse que sabe que não existe mais céu, se o avião estiver no chão.
Estou caindo, o avião está ficando em pedaços dilacerados, estou me ferindo, morrendo vagarosamente, por coisas que não ferem meu fisico, mas quebram e destroçam minha estrutura como um ácido faria com um simples metal.
Mas as vezes eu não tenho escolha, se eu escolhi entrar no avião e pilotar mais uma vez, eu sabia que tipo de perigos estava correndo, antes mesmo de levantar voo. Sabia o quanto aquilo me faria mal… Voar novamente para encontrar o amor, mas cair constantemente depois de encontrá-lo.
E vou continuar a voar, a enfiar-me nas núvens, sem saber quando meu combustível acabará, sem saber onde meu avião pausará

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