terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

É nessas horas de raiva suprema, de ferida que não sara, casquinhas que se abrem em trechos sacolejantes, um passo e um ladrilho que balança, nunca firme, que não termina, e a vontade de escrever me toma antes de qualquer necessidade fisiológica, física ou peculiar. Falar já se tornou cansativo, e ouvir os mesmos conselhos, os avisos de “eu te avisei” é a única coisa que abomino, e não tenho necessidade, agora. Acontece que a principal pessoa a enxergar, sentir, capaz de proteger as ilusões, essas tentativas que mesmo intuitivamente sabendo furadas, acreditamos contaminadas – cheias de romances com finais felizes – somos nós; depois de percalços cheios de pedregulhos e penar como que com uma cruz nas costas, arranhando qualquer perdão voluntarioso, pesando enquanto se tenta caminhar rumo à solidez a gente acaba se dando conta de que tudo isso que sucedeu, esse tempo todo de chances, desculpas aceitas, esfarrapadas e pela metade, foram pura enganação. Iludir à si mesmo, enfeitar o real com rosa, purpurina e fita mimosa. Não notando que tudo degringola, e se deforma por conta dessa visão que não condiz à realidade. Uma cega que exita em ver, apalpar a realidade e esquecer na estante os contos dos Irmãos Grimm ou os filmes da DisneyE que Deus propaga o perdão, a aceitação do erro, essas teorias de que rancor faz mal pro coração, na fisiologia humana. Sendo que quase todas as vezes em que disse sim, guiada pelo sentimento e a cabeça sendo esquecida, intocada, poucas foram reaproveitadasRaras, com felizes para sempreE cansa ser assim ingênua, fervorosa. Vontade de desaprender a digitar, ler, ou ouvir. Lembrar dos conselhos velhos de papai que homem gosta de sofrer, não presta e nem merece ser ouvido.Pisou na bola, é contra-ataque

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