quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Cotidiano

Ela toma sua água como se fosse a melhor bebida do mundo. Olha pela janela e vê o vento balançando as folhas das árvores com imenso vigor. Olha a tela do computador sem a menor vontade de fazer nada. Ela sabe que tem uma lista enorme de tarefas, mas não consegue se mexer. Simplesmente não consegue. O sono bate em seus olhos reclamando da noite mal dormida. As pessoas a deixam irritada e ela nem sabe direito o porquê. Queria estar em casa, em seu quarto com seu livro e seu cachorro, mas ainda é cedo demais. Precisa trabalhar por mais de uma hora e depois aguentar mais uma hora de trânsito até finalmente chegar em casa. Olha para as unhas pintadas de vermelho, para o teto branco, sem ânimo, sem vontade, sem gás para continuar. Isso porque a semana só está começando e a consciência disso parece pesar ainda mais. Suspira. Olha o calendário. Muda a posição que está sentada. E o relógio insiste em passar bem lentamente. Sem se importar com suas angústias. A colega de trabalho faz comentários que ela preferia não escutar. Queria ser invisível, pelo menos por hoje. Está cansada de tudo e de todos. De tomar decisões, de resolver pendências, de querer tanto tantas coisas e conseguir tão poucas. Resolve voltar ao trabalho, assim o tempo pode resolver passar mais rápido. Tira energia do fundo de seu ser. E tentando não olhar para o relógio, torce para que o dia termine logo.

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