sábado, 27 de agosto de 2016

Desenhei minhas sequelas de saudade nos teus ombros largos pra tornar o nosso amor infinito. Rascunhei pedacinho por pedacinho dos meus furacões só pra ter uma memória quase palpável da tua pele morena me fazendo desmoronar em textos sem vírgulas com versos desconexos e cheios de céu. Eu coloquei meus choros engasgados nos acordes do violão e cantei tua ausência. Me despedacei e pensei em como te queria, perdido no meio dos meus desassossegos. Pensei em vasculhar todas as galáxias pra ver se tropeço de novo nas tuas crateras feitas pr’eu cuidar. Pensei em fugir daqui pra te orbitar inteiro e me prender no despontar do teu sorriso, clareando o nascer do sol mais bonito. Te procurei em rostos alheios porque meu peito está cansado de amontoar silêncios e fins. Mas pensei em como é bom ser livre pra bater as asas e voar, sem precisar me preocupar com a bagagem que ficou pra trás. Até perceber que eu nunca quis voar sem você. Sofri porque queria mesmo era colorir um vôo só pra gente. Te amar era a minha melhor liberdade.

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