segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ENTRE O PORTO SEGURO E O ALÉM-MAR


”(…)Claro que eu sou séria, claro que você pode confiar em mim, claro. Claro que eu sei o que eu estou dizendo, pensando e planejando. Claro que é pra valer e que eu não tenho dúvidas. Claro que só digo a verdade. (…)Meu marido, como gosto de imaginá-lo, tem os ombros largos de proteção e abraço eterno. Tem uma mão grande que serve para tudo: desde atravessar a rua segura até sentir prazer sem medo das horas. (…)Quando ele sorri, doce, imagino meus filhos. Exatamente com aquela ironia pura estampada na cara: um misto de esperteza com falsa esperteza. Quando ele acorda e eu acordo, e nos olhamos, é sempre uma promessa de que a vida não vai acabar porque sempre acordaremos juntos. E para sempre vamos nos amar mesmo com o desgaste das olheiras e remelas. Respiro aliviada e mesmo distante de Deus eu sinto que ele abençoa tudo aquilo. (…)Nunca viveremos o desgaste e para sempre viveremos com a falsa impressão da perfeição. (…)Matando a saudade com o barulho de uma conchinha, bem escondida pra ninguém descobrir que ainda sonho em ser sereia. (…)Amar o mar é tão humano que não pode ser traição.”


Nenhum comentário: