segunda-feira, 3 de outubro de 2011

É o tal do TEMPO em que você tanto falava!


Um dia você vai estar sozinha, vai fechar os olhos e tudo estará negro. Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar. Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não há ninguém solitário o bastante para sair correndo e te dar um abraço. Nem te colocar no colo ou acariciar os seus cabelos até que o mundo pare de girar. Nessa fração de segundos quando seus pés se perderem do chão, você vai lembrar da minha ternura e do meu sorriso infantil. Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você, e só vão ter algumas músicas repetindo no seu rádio: as nossas. Em um momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer para ter nosso mundo delicioso de novo, o nome disso é SAUDADE, aquilo que eu tinha tanto e te falava SEMPRE. E quando finalmente você discar o meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou eu nem queira mais te atender. E quando você bater na minha porta ela estará trancada, se aberta. Mostrará uma casa vazia. Teus olhos te ensinarão o que é LÁGRIMAS. Aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjoo que você vai sentir é ARREPENDIMENTO, e a falta de fome que virá se chama TRISTEZA. Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com os meus olhos encantados... Você encontrará a famosa SOLIDÃO. A partir daí o que acontecerá chama-se SURPRESA. E provavelmente o remédio para todas essas sensações acima...
É o tal do TEMPO em que você tanto falava!

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